Menino sem nome

Menino sem nome é obra da jovem autora Aline Veingartner  que através da editora Multifoco nos apresenta uma trama juvenil de 292 páginas que transbordam muitíssimo talento.

O livro, eu ganhei no site da própria Aline, mas como muitos devem saber tem livro que a gente sempre vai adiando para ler, foi isso que aconteceu com esse livro então num belo e felizardo dia eu fui até minha estante e resolvi conferir, foi a melhor coisa que eu podia ter feito e foram dois dias de leitura viciosa e emocionante.

O livro é narrado em primeira pessoa pela jovem Catarina, uma garota que aos dezessete anos vive um conflito interno. A princípio ela esta imersa num  imenso vazio, como se estivesse morta por dentro e isso começa a mudar quando ela conhece e começa a conviver com um menino, um pequeno sábio e sem nome. A transformação da personagem é evidente e deliciosa de ser acompanhada. Tanto o seu convívio com as amigas e o namorado Rodrigo quanto suas aventuras com o menino sem nome e as tardes na casa de Vó Helena. Assim ela começa a adquirir uma nova forma de ler a vida. Numa certa passagem do livro o menino sem nome compara a vida a um mosaico e diz que em vez de apontarmos as falhas devemos fabricar as pecinhas, e é assim, com conselhos e respostas inesperadas para um garoto de catorze anos, que ele vai nos cativando e ajudando Catarina ( e também  o leitor) a quebrar certos preconceitos e a viver, simplesmente viver e sentir.  

A trajetória de Catarina é narrada de uma forma que o leitor se sinta parte dela, o cotidiano de uma garota normal, com dilemas e problemas, amores e paixões, alegrias e sofrimentos. Aline consegue conduzir a trama muito bem, com narrações simples que fogem e passam  longe do cansativo e do monótono. O desfecho da história é inesperado, totalmente surpreendente e emocionante.

Esse livro realmente me encantou, superou todas as minhas expectativas. Fez-me recordar o porquê do meu amor pela arte, pelas palavras, como elas nos arrebatam, envolvem-nos e nos despertam emoções e sentimentos variados e esse arrebatamento pode vir quando nem se espera. Esse livro fez isso passando uma mensagem  de realidade, resgatando a inocência perdida na infância, os sonhos de salvar o mundo e fazer a diferença, mesmo que seja apenas com uma pecinha.

“Catarina [...] Nunca imaginou que um dia, sem aviso, um garoto sem nome, quase uma criança, a salvaria de seus próprios delírios pessimistas, abrindo seus olhos para uma realidade distinta, ensinando-a a sentir sua presença diante da vida.” ( menino sem nome)

Bem... queridos leitores, guardem bem essa postagem pois será uma das raras vezes que me verá confessar que um menino sem nome emocionou Juliana Gonzaga Neves. 

Juh Neves

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